Beijing, 18 mar (China) — A China está fortemente insatisfeita e se opõe firmemente à recente declaração conjunta EUA-Japão, que de forma maldosa atacou a política externa chinesa, interferiu gravemente nos assuntos internos do país e tentou prejudicar os interesses chineses, disse nesta quarta-feira Zhao Lijian, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores.

A China exige que os Estados Unidos e o Japão parem imediatamente de interferir nos assuntos internos do país e parem de formar “pequenos círculos” alvejando a China.

Zhao fez as observações em uma entrevista coletiva diária ao comentar sobre uma declaração conjunta EUA-Japão, que foi emitida após as negociações “2+2” na terça-feira entre os ministros das Relações Exteriores e da Defesa norte-americanos e japoneses. O documento expressou as preocupações dos dois países sobre várias questões relacionadas à China.

“Apresentamos representações solenes separadamente aos Estados Unidos e ao Japão”, informou Zhao.

Em primeiro lugar, ele destacou que o sistema internacional com a Organização das Nações Unidas (ONU) como núcleo é o único sistema do mundo, e que o único conjunto de regras é o das normas básicas que regem as relações internacionais, com base nos propósitos da Carta da ONU.

“Os Estados Unidos e o Japão não têm o direito de definir unilateralmente as relações internacionais, muito menos de impor seus próprios padrões aos outros”, disse Zhao.

Segundo, a China sempre foi uma força importante na defesa da paz mundial e na promoção do desenvolvimento comum, assinalou o porta-voz. A nação estabeleceu parcerias com 112 países e organizações internacionais, juntou-se a mais de 100 organizações internacionais intergovernamentais, assinou mais de 500 tratados multilaterais e é a maior contribuinte para as forças de manutenção da paz entre os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU.

Os Estados Unidos sempre seguiram padrões duplos, aplicando leis e regras internacionais quando atendem aos seus próprios interesses e abandonando-as quando não o fazem, de acordo com Zhao. Os EUA não estiveram em guerra em apenas 16 anos de sua história de quase 250 anos e possuem centenas de bases militares em todo o mundo.

“A comunidade internacional terá um julgamento justo sobre quem é a maior ameaça à paz mundial”, acrescentou.

Terceiro, a posição da China em questões relacionadas a Taiwan, Hong Kong, Xinjiang, o Mar do Sul da China e as Ilhas Diaoyu é consistente e clara e o país é firme na proteção de sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento.

A China tem soberania indiscutível sobre as ilhas no Mar do Sul da China e suas águas adjacentes e sobre as Ilhas Diaoyu e águas adjacentes, enfatizou Zhao.

Questões relacionadas a Taiwan, Hong Kong e Xinjiang são assuntos internos da China e não permitem nenhuma interferência estrangeira, ressaltou Zhao, acrescentando que a declaração conjunta feita pelos Estados Unidos e Japão ignorou fatos e a verdade, agindo como mais uma prova de conluio entre os dois países, interferindo nos assuntos internos da China, e um exemplo desagradável de calúnia e descrédito ao país.

Quarto, os Estados Unidos e o Japão estão aderindo à mentalidade da Guerra Fria, deliberadamente engajando-se em confronto de grupo e tentando criar um cerco anti-China.

“Isso está indo completamente contra a tendência dos tempos”, observou Zhao, apontando que o movimento dos dois países vai contra as expectativas comuns da grande maioria dos países, tanto na região quanto no mundo, por paz, desenvolvimento e cooperação.

“Sua ação trará apenas caos ou mesmo conflito para a região, revelando a verdade ao mundo que é a aliança EUA-Japão que mina a paz e a estabilidade na região.”

Quinto, a fim de satisfazer seus próprios interesses em deter a ascensão e a revitalização da China, o Japão está disposto a contar com outros e agir como vassalo estratégico dos Estados Unidos. “É vergonhoso e repugnante para o Japão trair suas promessas e danificar as relações China-Japão; e trair os interesses gerais da região ao convidar lobos para sua casa”, destacou Zhao.

Sexto, a China exigiu fortemente que os Estados Unidos e o Japão parem imediatamente de interferir nos assuntos internos do país, de formar “pequenos círculos” tendo a China com alvo e de prejudicar a paz e a estabilidade na região.

“A China tomará todas as medidas necessárias para defender resolutamente sua soberania, segurança e interesses de desenvolvimento”, disse Zhao.