

Beijing – Mesmo diante de um ambiente externo cada vez mais desafiador e de perspectivas econômicas globais nubladas, a China continuará atuando como um motor confiável de crescimento e um pilar de estabilidade para o mundo, afirmaram especialistas, citados pelo jornal em inglês China Daily.
“O crescimento global desacelerará para 2,6% em 2025, diminuição em relação a 2,9% em 2024”, disse Anastasia Nesvetailova, diretora do Departamento de Políticas Macroeconômicas e de Desenvolvimento da Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (CNUCED), em uma entrevista coletiva em Beijing nesta quarta-feira.
Na China, porém, a rápida diversificação dos mercados de exportação, combinada a uma política fiscal mais proativa – com incentivos ao consumo, transferências às famílias, investimentos em infraestrutura e política monetária acomodatícia – impulsionou de forma conjunta a expansão da atividade econômica, de acordo com o Relatório de Comércio e Desenvolvimento 2025 divulgado pela CNUCED.
Em especial, o que ela chamou de “estabilidade dinâmica” estabelecida entre China e Estados Unidos no fim de outubro indica que há disposição de ambos os países para “dialogar e estabelecer novas regras, novas certezas e novas condições de comércio entre si”, afirmou.
Segundo a especialista, esse movimento vai muito além das relações bilaterais. O avanço é crucial e injeta um grau vital de previsibilidade na economia global.
Também na quarta-feira, o Fundo Monetário Internacional elevou sua projeção de crescimento do PIB da China para 5% em 2025 – um aumento de 0,2 ponto percentual em relação a outubro. Já o Banco Asiático de Desenvolvimento revisou para cima a previsão de crescimento do continente chinês em 2025 para 4,8%, frente aos 4,7% estimados na edição de setembro.
O PIB da China cresceu 5,2% em termos anuais nos três primeiros trimestres deste ano, mostraram dados do Departamento Nacional de Estatísticas em outubro.
O total de importações e exportações de bens da China, segundo dados da Administração Geral das Alfândegas, subiu para 41,21 trilhões de yuans (US$ 5,82 trilhões) nos primeiros 11 meses deste ano, alta anual de 3,6%.
Wang Xuekun, diretor da Academia Chinesa de Cooperação Comercial e Econômica Internacional do Ministério do Comércio, disse que a competitividade central das exportações chinesas continua a se intensificar. Isso não se baseia apenas em vantagens de preço, mas também é cada vez mais impulsionado por inovação, resiliência da cadeia de suprimentos e um impulso estratégico para setores de maior valor agregado.