Rio de Janeiro — A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Senado brasileiro aprovou na noite desta segunda-feira o relatório sobre a gestão do governo com relação à pandemia do novo coronavírus (COVID-19) no qual se recomenda o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro e outras 78 pessoas por diversos crimes, entre delitos comuns e infração político-administrativa (crime de responsabilidade).
Por 7 votos a 4, os membros da CPI aprovaram o relatório de 1.289 páginas, concluído após 182 dias de trabalho da comissão durante os quais foram denunciadas várias omissões e irregularidades ao administrar a pandemia no país.
O presidente Bolsonaro é acusado de epidemia com resultado de morte, infração de medidas sanitárias preventivas, charlatanismo, incitação ao crime, falsificação de documentos particulares, gasto irregular de dinheiro público, prevaricação, crimes contra a humanidade e crimes de responsabilidade.
Também foram acusados quatro ministros atuais do governo: Marcelo Queiroga (Saúde), Onyx Lorenzoni (Trabalho e Previdência Social), Wagner Rosário (Controladoria-Geral) e Walter Braga Netto (Defesa), bem como três ex-ministros: Ernesto Araújo (Chancelaria), Eduardo Pazuello (Saúde) e Osmar Terra (Cidadania).
Na lista figuram ainda os três filhos mais velhos de Bolsonaro – o senador Flávio, o deputado federal Eduardo e o vereador do Rio de Janeiro, Carlos, além de vários políticos e empresários próximos ao presidente.
Com mais de 606.000 mortos pela COVID-19 e mais de 21,7 milhões de casos positivos do vírus desde o inicio da pandemia no país em março do ano passado, o Brasil é o segundo país do mundo com mais mortes e o terceiro com mais casos positivos.
O relatório final será entregue nesta quarta-feira ao procurador geral da República, Augusto Aras. Também está prevista nos próximos dias a entrega do documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG) e aos ministérios públicos do Rio e de São Paulo.
No caso de Bolsonaro, caberá a Aras decidir se envia as denúncias ao Supremo Tribunal Federal.
1. Jornalistas leem cópias do livro branco intitulado "Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era", divulgado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado durante uma coletiva de imprensa em Beijing, capital da China, em 19 de setembro de 2025. (Xinhua/Li Xin)