Buenos Aires – A mensagem em vídeo do presidente chinês Xi Jinping, transmitida no dia 24 na VII Cúpula da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (CELAC), destaca a perspectiva de cooperação entre o país asiático e a região baseado na unidade buscando o desenvolvimento, destacou nesta terça-feira o acadêmico argentino Gonzalo Tordini.

   “A China é um dos principais promotores da cooperação internacional nos últimos anos, com ênfase no multilateralismo, ganho compartilhado e benefício mútuo, sempre teve uma predisposição muito clara para trabalhar de forma cooperativa com a nossa região”, disse o mestre em Cooperação Econômica Internacional pela Universidade de Negócios Internacionais e Economia da China (UIBE, em inglês).

   Tordini assinalou, em entrevista à Xinhua, que “a contribuição da China para a região da América Latina e do Caribe ficou clara nos últimos anos, por meio da cooperação Sul-Sul, buscando a igualdade para os países em desenvolvimento e com propostas superiores, como a Iniciativa do Cinturão e Rota.

   Ele salientou que durante o mês de julho de 2014 o presidente Xi declarou, juntamente com os líderes da América Latina e do Caribe, o estabelecimento do Fórum China-CELAC (FCC) e que, em janeiro de 2015, o presidente chinês participou da inauguração da Primeira Reunião Ministerial do FCC em Beijing.

   “Ele, na época, fez um importante discurso, estabelecendo assim as bases para o lançamento e desenvolvimento a longo prazo do Fórum, e nesta terça-feira as palavras do presidente chinês ratificaram as perspectivas e o potencial daqui para frente”, observou o entrevistado.

   O analista congratulou as palavras do presidente chinês perante a CELAC e disse que “a pandemia da COVID-19 não impediu a colaboração, pelo contrário, foi um fator de promoção de laços entre as partes, com base em esforços conjuntos na luta contra a doença”.

   Tordini, também diretor do Programa Estratégico Sino-Argentino (PESA) da Universidade de Defesa Nacional, comentou que “as relações entre a China e a América Latina e o Caribe crescem a partir da maior confiança entre as partes, o que ficou demonstrado com o discurso do presidente chinês esta tarde”.

   “O vínculo tem bases sólidas e vem se desenvolvendo de forma integral, crescendo nos campos econômico, comercial, financeiro, político, cultural, tecnológico e educacional”, sublinhou o especialista.

   O entrevistado considerou que o espírito cooperativo que anima as relações entre a China e a América Latina e Caribe “tem permitido o aprofundamento dos laços, em benefício de ambas as partes”.

   Tordini ressaltou a “articulação nestes anos dos países da região latino-americana e caribenha no diálogo com a China” e sustentou que “como disse Xi, a unidade e a cooperação são chaves para enfrentar os desafios globais”.

   “Para isso, a CELAC e o Fórum China-CELAC desempenham um papel importante”, afirmou.

   O analista argentino também ponderou que “a cooperação entre as duas partes, em bases de igualdade, tem gerado resultados benéficos”.

   Acrescentou que “nossa região atribui importância estratégica ao relacionamento com a China. Isso é demonstrado pelos acordos alcançados pela maioria dos países da América Latina e do Caribe”, disse o acadêmico argentino.