Kathlen Romeu: Mais uma vítima do racismo no Brasil

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Kathlen Romeu: Mais uma vítima do racismo no Brasil

Foto: Cáritas

Ultimamente no Brasil e no mundo temos acompanhado mais e mais o racismo sendo documentado e não saído impune. As pessoas estão começando a entender que o racismo é algo sistêmico e não apenas esporádico ou algo irreal. Ano passado em 2020, a morte de George Floyd engatilhou protestos ao redor de todo mundo contra a violência policial e o fim do genocídio negro. Esses mesmos protestos trouxe voz para muitas pessoas que já avisavam do genocídio negro também presente aqui no Brasil.

O mito de que o Brasil é um paraíso das raças sobrepõe o pensamento de muitos que não conhecem, ou não querem conhecer a realidade da maioria “minorizada” do país. Pretos e pardos — segundo dados e termos do IBGE — correspondem a 54.2% da nossa população de 212 milhões de pessoas. Isso é resultado histórico dos portugueses que invadiram um país rodeado por nativos e trouxeram negros africanos para escravizar, trazendo assim um país completamente misturado (colorismo e miscigenação).

Kathlen de Oliveira Romeo, de 24 anos, estava grávida de 14 semanas do primeiro filho quando foi assassinada após uma troca de tiros entre a Polícia Militar e traficantes da comunidade do Barro Vermelho, em Lins de Vasconcelos, na Zona Norte do Rio de Janeiro. Kathlen que era completamente apaixonada pelo namorado, boa filha, boa amiga, estava animada para ter um filho.

“Hoje estou escrevendo esse texto me sentindo muito feliz e preenchida. Obrigada, senhor, por abençoar meu ventre e me permitir gerar o amor da minha vida. Neném, já me sinto pronta pra te receber, te amar e cuidar! Deus nos abençoe”, escreveu kathlen em uma das suas postagens no instagram. O caso comoveu diversas pessoas e figuras públicas que vieram às redes sociais para demonstrar empatia à dor de Marcelo Ramos, namorado da vítima que disse “sem chão” e que Kathlen “nunca será esquecida”.

Muitas celebridades, como Ícaro Silva (ator) e Taís Araujo (Atriz) demonstraram não só suas condolências mas também sua revolta com mais uma vítima de racismo no Brasil. A imposição desses artistas e de outros, principalmente pretos e pardos, mostra como é deprimente e cansativo ter que ficar repetindo que vidas negras importam. Outros internautas lembram de outras mortes que não tiveram justiça e tiveram seus assassinos impunes, e dizem “A bala nunca é perdida, pois o corpo sempre é preto.”

Por.: Inaê Brito

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