Por Maria Antónia Zacarias Redação «Diário do SUL»
Portugal – Devolver vida espiritual ao Convento da Cartuxa e dá-lo a conhecer do ponto de vista cultural à comunidade são os dois objetivos da Fundação Eugénio de Almeida, proprietária do monumento. Assim, nos meses que separam a presença de duas comunidades religiosas, de vocações muito diferentes, na Cartuxa de Santa Maria Scala Coeli, a fundação realiza um ciclo de cinco visitas guiadas ao eremitério que foi a casa cartusiana do Alentejo, orientadas para a descoberta dos rituais, dos hábitos e dos exercícios espirituais que pontuaram o quotidiano da vida dos monges que a habitaram. Estas visitas esperam-se que sejam experiências únicas de viagem pela história e pelo património que deu forma terrena aos votos de isolamento e silêncio da Ordem contemplativa de São Bruno. São gratuitas, têm a duração de uma hora e meia e vão ser conduzidas por um dos maiores especialistas em arquitetura cartusiana, o arquiteto Luís Ferro.
A secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida, Maria do Céu Ramos recorda que o Convento da Cartuxa foi durante os últimos 60 anos, um espaço de clausura, silêncio recolhimento e ao longo desse longo período apenas por três vezes foi aberto ao público.
Desde que em outubro do ano passado, a Ordem Cartusiana deixou definitivamente o Convento, a Fundação Eugénio de Almeida que é proprietária do convento, traçou dois objetivos. “Primeiro e mais importante é requalificar o espaço e adaptá-lo para que ele possa acolher uma nova ordem religiosa, o Instituto das Servidoras do Senhor e da Virgem de Matará que, a partir do ano que vem, dará vida a este centro de vida espiritual”, afirma.
O outro objetivo é dar a conhecer o convento sobre os vários aspetos da história, da arquitetura, das vivências porque “há uma larga comunidade de interessados, a começar pela comunidade eborense que acolhe o convento que faz parte da sua história, sendo as visitas organizadas para dar a conhecer este lugar, a sua trajetória, os seus mistérios, a razão de ser da sua arquitetura. “Parece-nos um bom serviço à comunidade, quer no campo espiritual, quer no campo cultural”, admite Maria do Céu Ramos.
As visitas vão estar a cargo do arquiteto Luís Ferro, entre o dia 25 de julho e 19 de setembro e têm que ter marcação prévia. “Centram-se no aspeto particular de revelar como aquela organização espacial do convento, como o lado arquitetónico inspira a espiritualidade”, explicita.
Uma descoberta dos hábitos do quotidiano da vida dos monges
O périplo vai atravessar todo o espaço começando pelo espaço de lavoura, onde os irmãos conversos fazem o trabalho manual e agrícola, depois passa pelo claustro pequeno que é o lugar das celebrações do calendário cartusiano. A visita continua ainda por um outro claustro onde existe uma fonte, segue-se a visita a uma cela individual onde vai ser explicada a sua organização espacial e a função de cada um dos seus compartimentos. Haverá a oportunidade subir ao terraço do claustro de onde se avista não apenas o eremitério, mas toda a zona envolvente e finalmente chega-se à igreja e à sala do capítulo. “Portanto, é uma visita muito completa ao Convento da Cartuxa que tem o maior claustro da Península Ibérica e que tem toda uma arquitetura particular própria de um mosteiro desta natureza, mas marcada pela regra cartusiana”, frisa.
A secretária-geral da Fundação Eugénio de Almeida recorda que o Convento da Cartuxa é um espaço fundado em 1588 e, ao longo da sua vida, foi vivenciado sempre com a mesma regra e a mesma espiritualidade e o olhar contemporâneo sobre essa trajetória longa. “Essa história e espiritualidade são algo muito enriquecedoras que a Fundação entende que deve promover e partilhar com todas as pessoas que tenham vontade de conhecer e de interiorizar algo da vida cartusiana na sua própria existência”, sustenta.
As visitas podem ir até 15 pessoas com todos os cuidados decorrentes do contexto de pandemia em que vivemos e o primeiro dia, 25 de julho, já está esgotado. “O interesse tem a ver com esta relação de proximidade da Cartuxa à cidade, às pessoas e do mistério que se adensa em torno de um lugar tão antigo, mas tão inacessível à cidade”, sublinha a secretária-geral.
Maria do Céu Ramos diz desconfiar que “no fim destas visitas tenhamos que fazer mais”, dado o elevado número de interessados.
Os horários são dois, às 8h e às 19h, porque “têm a ver com a vivência da luminosidade do lugar e do significado que essas horas têm na própria vida do convento”. A responsável assevera que a abertura do Convento da Cartuxa não vai proporcionar “apenas visitas guiadas a um lugar, mas antes uma experiência que procura transportar-nos para dentro da vida cartusiana”.
Datas e horas das visitas:
08-08-2020 – 08h00
22-08-2020 – 08h00
05-09-2020 – 19h00
19-09-2020 – 19h00
(240607) -- BEIJING, June 7, 2024 (Xinhua) -- Tourists ride horses in Habahe County of Altay, northwest China's Xinjiang Uygur Autonomous Region, June 4, 2024. According to the statistics of local authorities, Altay received 4.15 million tourist trips in May, which generated 3.65 billion yuan (about 504 million U.S. dollars) in tourism revenue, up 60.81 percent and 88.25 percent year-on-year respectively. (Xinhua/Aman)