Por Larissa Lopes
No último dia 13, o presidente colombiano, Iván Duque Márquez, foi denunciado pelo senador Iván Castro por violações dos direitos humanos em razão dos conflitos ocorridos desde o dia 28 de abril.
A denúncia regista 1.595 fatos que mostram as violações dos direitos humanos, como assassinatos, tentativas de assassinatos, torturas, abusos sexuais e prisões sem justificativas. O documento foi assinado por diversos representantes de organizações que estão a par dos acontecimentos, alguns deles foram a Campanha Defender a Liberdade, uma Questão de Todos, ONG Temblores entre outros.
Entre o fim de abril e início de maio, em Cáli na Colômbia, se iniciou uma onda de protestos contra o governo de Iván Duque, o pontapé para que começassem os conflitos foi dado por uma reforma tributária que foi proposta, o projeto tinha em vista o aumento de impostos na renda e nos produtos básicos para evitar que a Colômbia tenha quedas nas avaliações internacionais.
Para conter o tumulto, o governo enviou militares para a cidade, causando então um confronto entre policiais e manifestantes, mesmo com o recuo e a retirada da reforma tributária, os manifestantes permaneceram nas ruas e rapidamente a situação em Cáli foi se agravando e o número de mortes atualmente é de 35. Os manifestantes causaram bloqueios nas principais vias da cidade, fazendo com que a ausência de alimentos e combustíveis venha aumentando cada vez mais.
Estes protestos foram invocados principalmente por jovens, mas abrangem todas as faixas etárias e além de conseguir a retirada da reforma, a situação fez com que o ministro da fazenda, Alberto Carrasquilla renunciasse. Porém, não há previsão do fim do movimento, porém a violência tem sido um grande destaque. Duque chegou a ir na cidade, porém seus discursos e de pessoas do seu partido não surtiram muito efeito e os protestos permaneceram.
Um dos protestos que mais houve repercussão foi o protesto chamado “primavera colombiana”, esse protesto ocorreu em novembro de 2019, ele se formou com um conjunto de manifestações descontínuas, e o principal motivo já eram problemas com a política econômica, social e ambiental do governo de Duque. O gatilho para que ocorresse essa manifestação em 2019 foram o acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) e homicídios de líderes sociais de consequências da corrupção.
Mesmo com a luta para mantes o processo pacífico contra o governo, houve violências durante os protestos fazendo com que recorressem ao toque de recolher durante a noite em Cáli e também em Bogotá, contanto houveram 4 mortes. Duque foi acusado de não demonstrar esforço no processo pacificador com a FARC.
No dia 21 de novembro de 2019 foi o auge do protesto, o dia que em média 1 milhão de colombianos protestaram por todo o país, o governo respondeu a manifestação com uma movimentação de 170 mil tropas, fechando fronteiras terrestres e marítimas e em Cali houve toque de recolher até a manhã seguinte com a diminuição da violência.
Em setembro de 2020 os colombianos retornaram às ruas para protestar novamente contra o governo Duque, em meio ao cenário das manifestações ocorreram 13 mortes de civis supostamente baleados por policiais, mesmo que menor que a de 2019 as marchas continuaram de uma forma relativamente pacífica por todo o país.
Em 2017, a economia colombiana era a terceira maior economia da América do Sul, ficando atrás apenas do Brasil e da Argentina, porém com a chegada da pandemia a economia da Colômbia foi encolhendo e chegou a cair 10,6% em agosto, comparado ao ano anterior. Segundo o governo, uma das principais causas para desaceleração econômica foi o lockdown. Quase todas as atividades que levantam a economia do país reduziram no mês de agosto, como o varejo, construção e agricultura. O lockdown foi organizado entre o mês de março e agosto, foram liberando gradativamente a volta da movimentação.