Rio de Janeiro — O uso sustentável da biodiversidade na China e no Brasil abre novas perspectivas de ampliar a cooperação bilateral em biotecnologia, medicina, agricultura e uso industrial, explicaram membros do governo brasileiro em um seminário nesta quinta-feira.
Intitulado “Sustentabilidade e tecnologia como bases para a cooperação Brasil-China”, o seminário organizado pelo Conselho Empresarial Brasil-China (CEBC) contou com a participação do vice-presidente brasileiro, Hamilton Mourão, da ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina, e do secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Simas Magalhães.
Segundo Mourão, “os desafios impostos no mundo pela pandemia da COVID-19 reforçam a percepção de que a ascensão econômica de grandes atores globais como a China coincide com o momento em que a humanidade necessita transformar seu paradigma produtivo, reduzindo taxas de emissão de carbono e ampliando a preservação da biodiversidade”.
Nesse sentido, afirmou que “investigação, desenvolvimento e inovação são componentes estratégicos para que nossas empresas possam crescer em um ambiente internacional cada vez mais competitivo, dinâmico e sustentável. A evolução do contexto mundial e a necessária atualização da agenda bilateral exigirão a incorporação de novos elementos para a cooperação em matéria de tecnologia e sustentabilidade”.
O vice-presidente brasileiro recordou que “a relação entre Brasil e China se expandiu aceleradamente nos últimos 20 anos, acompanhando o crescimento chinês e aprofundando a complementaridade econômica entre nossos países. A cooperação bilateral representa um importante instrumento para ampliar os benefícios do intercâmbio comercial, avançando com pragmatismo e flexibilidade, buscando ter mais acesso a capitais, tecnologia e mercados, que contribuem para nossos objetivos nacionais de desenvolvimento sustentável”.
Mourão disse que o Brasil quer “dar prioridade à diversificação das exportações para a China, atrair investimentos para setores estratégicos e ampliar a cooperação científica, tecnológica e a inovação”.
Por sua vez, a ministra da Agricultura do Brasil, Tereza Cristina, ressaltou que “a próxima década será marcada pela convergência digital e biológica. Nesse contexto, a inovação será imprescindível para adequar a agropecuária à realidade global e é o único vetor capaz de conciliar segurança alimentar e preservação ambiental”.
Segundo ela, “sustentabilidade e tecnologia devem ser as bases para o desenvolvimento contínuo dessa relação estratégica com a China. A continuação da confiança da China na produção brasileira nos dá a segurança de que estamos no caminho correto. Continuaremos garantindo a entrega perene de produtos de qualidade com cuidado e sustentabilidade, em uma quantidade suficiente para contribuir na escala alimentar chinesa”.
A ministra adiantou que “na COP26, poderemos apresentar ao mundo vários avanços conseguidos nesse setor e podemos ir muito mais além. Temos condições para aumentar a produtividade, com novas tecnologias, aproximando o produtor das necessidades do mercado internacional e fortalecendo nosso compromisso com o crescimento econômico, a inclusão social e a preservação ambiental”. Concluiu dizendo que “a China, mais que um mercado, é um parceiro fundamental nesse processo”.
Ao participar também do seminário, o secretário-geral da Chancelaria brasileira, Fernando Simas Magalhães, comentou que “estamos em plena transição para uma economia de baixo carbono” e que “China e Brasil compartilham o objetivo de promover o crescimento econômico sem comprometer a qualidade do meio ambiente.
Magalhães assegurou que “a China pretende alcançar a neutralidade de carbono em 2060, algo que exigirá grandes mudanças em sua matriz energética e em seu modelo produtivo”, enquanto que “o Brasil quer tornar sua economia mais competitiva e sustentável no cenário internacional. O agronegócio, setor mais dinâmico na relação com a China, sabe disso e tem se destacado no desenvolvimento e incorporação de novos tecnologias e práticas sustentáveis em seu processo de produção”.
Para ele, “há muito espaço para novas parcerias bilaterais no campo da sustentabilidade e da inovação”.
Durante o seminário, a CEBC apresentou o documento “Sustentabilidade e tecnologia como bases para a cooperação Brasil-China”, no qual há várias propostas para a relação bilateral centrada em ambos os temas estratégicos e que o governo brasileiro entregará na sexta reunião da Comissão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concertação e Cooperação (COSBAN), presidida pelo vice-presidente Hamilton Mourão e que deve se realizar no início do próximo ano, em território brasileiro.
(250930) -- TIANJIN, Sept. 30, 2025 (Xinhua) -- People visit the booth of Deepal during the China Motor Show (Tianjin) 2025 in north China's Tianjin, Sept. 30, 2025. China Motor Show (Tianjin) 2025 kicked off here on Tuesday. With a total exhibition area of 200,000 square meters, the auto show displays 920 vehicles, including 480 new energy vehicles. The exhibition will run until October 6. (Xinhua/Zhao Zishuo)
(250918) -- ZHENGZHOU, Sept. 18, 2025 (Xinhua) -- An aerial photo taken on July 24, 2025 shows a turning of the Yellow River in the border area between Shilou County of north China's Shanxi Province and Qingjian County of northwest China's Shaanxi Province. TO GO WITH "China Focus: Yellow River maintains good water quality for 3 consecutive years" (Xinhua/Zhan Yan)