por Roberto Dores «Diário do SUL»
Évora (Portugal) O Alentejo registou um total de 1224 nascimentos de empresas entre novembro de 2019 e outubro de 2020, apesar das adversidades impostas pela pandemia, segundo revelam os dados divulgados pela consultora Informa D&B. Ainda assim, a região registou uma quebra de nascimentos face ao período homólogo do ano anterior, quando chegou às 1380, ou seja, mais 256.
Contudo, depois de registadas quedas acentuadas durante os meses de março e abril, provocadas pelo impacto da covid-19 na economia, o número de novas empresas tem vindo a recuperar desde maio, de acordo com o Barómetro Informa, que faz uma análise global do último ano.
No entanto, a covid-19 provocou uma descida no nascimento de novas empresas de 35%, face ao primeiro semestre de 2019, adianta a consultora. Ao longo deste período, o recuo no número de novas empresas foi transversal a todos os setores. As quebras são de 28% na Agricultura e de 42% nos Serviços Gerais.
Por distritos – e tendo sempre como referência a contabilização entre novembro de 2019 e outubro de 2020 – Évora soma 427 nascimentos contra os 474 do período homólogo do ano anterior, representando uma variação negativa de -9,9%. Já em relação aos encerramentos o Alentejo Central chegou aos 179 processos depois dos 210 do ano antes (-14.8%).
Os outros dois distritos seguiram a tendência. Beja apresenta um acumulado de 495 nascimentos no último ano contra os 583 do ano anterior, assistindo a uma variação de -7.1%. O Baixo Alentejo surge no barómetro com 167 encerramentos depois dos 190 anteriores, o que representa uma variação de -12.1%.
Já Portalegre registou 302 nascimentos, representando uma queda de 6.5% face aos 323 exibidos entre novembro de 2018 e outubro de 2019. Quanto a encerramentos, o distrito viu fechar 76 estabelecimentos, menos 30.9% face aos 110 no ano passado.
Quanto aos processos de insolvência, Évora baixou de 25 há dois anos para 13 no último ano (-48%), enquanto Beja também reduziu de 16 para seis (62.5%), e Portalegre de 20 para 13 (-30.25%).
Isolando o mês de outubro, o mais recente em análise, Beja surge com 45 nascimentos e 13 encerramentos, Évora 38 nascimentos e 12 encerramentos e Portalegre registou 20 nascimentos e seis empresas encerradas. Apenas Beja apresentou um processo de insolvência.
De uma forma geral, as atividades de setores mais presenciais, como o da Indústria, do Retalho e Grossista, perderam relevância na constituição de novas empresas. Os setores dos Transportes, dos Serviços Gerais e das Atividades Imobiliárias foram os que sofreram mais com a pandemia.
Pelo contrário, os setores onde mais facilmente se recorre ao teletrabalho ganharam destaque entre as novas empresas que nasceram entre março e junho. São de destacar os setores dos Serviços Empresariais, e das Tecnologias de Informação e Comunicação.
A análise ao nascimento de empresas permite detetar as áreas e os setores mais e menos afetados pela pandemia, permitindo “antever, a prazo, uma reconfiguração e renovação setorial do tecido empresarial, em função dos setores mais afetados pela pandemia e das oportunidades que poderá criar noutros setores”, segundo a Informa D&B.