Desde o começo do ano passado o mundo tem experienciado uma pandemia assustadora que tirou milhares de vidas ao redor de todo o mundo. E quanto mais o tempo passa, mais nós vemos o nosso comportamento como sociedade diante da batalha contra o covid-19. E apesar dos números oficiais dos óbitos causados pela covid terem sido cerca de 3 milhões, os profissionais de saúde tem lidado com diversos desafios que devem ter complicado a coleta total desses dados.
A diretora geral da divisão de dados da OMS Samira Asma, afirma que 6 a 8 milhões de mortes pode ser uma estimativa segura. Com números tão altos e com o pouco, porém assustador, conhecimento que se tem sobre a covid, era de esperar que a gestão do governo se preparasse para ter as vacinas em mão o quanto antes. Mas não foi isso que aconteceu.
No ano passado vários países anunciaram que começariam a trabalhar para encontrar a vacina da doença, e investiram assiduamente nas suas áreas de saúde, ciências e tecnologia para que conseguíssemos a vacina o quanto antes. Graças ao desenvolvimento da tecnologia e medicina, conseguimos atualmente produzir vacinas e tratamentos para doenças infecciosas e contagiantes com muito mais rapidez e eficácia.
Infelizmente, o governo do atual presidente da República, Jair Messias Bolsonaro negou a vacina quando a oferecido ano passado. A farmacêutica Pfizer ofereceu ao nosso país 70 milhões de doses da vacina para ser entregue em dezembro de 2020, o que significa que se tivéssemos aceitado a oferta da Pfizer, provavelmente iniciaríamos as vacinações desde o começo desse ano.
Apesar disso, a Anvisa aprovou as vacinas da CoronaVac e da Oxford em janeiro e já demos iniciação as vacinações de idosos, pessoas com comorbidade, profissionais da saúde e educação. Apesar de isso ter sido um sopro de boas notícias em meio a tanto caos, o Presidente não dispensou comentários negativos sobre a vacinação, disse que não tomaria e que não obrigaria o povo brasileiro a tomar, pois o mesmo não iria servir de cobaia. O Brasil hoje conta com 444 mil óbitos por causa da covid 19. A china, país que lidou com a covid antes de todos os outros, hoje está vacinando tão rápido que se estima que 40% da população seja vacinada até julho.
Tudo isso é um grande problema porque o país não pode investir nas vacinas agora, as grandes empresas que forneceram as doses já venderam seus lotes, como Pfizer e a Moderna. O que significa que levaria tempo e investimento para que essas empresas conseguissem produzir essas vacinas e vender novamente. Por isso trazemos esse debate, apesar das divergências do governo e do presidente a gravidade da doença tinha que ser levado a sério desde o início, hoje morrem cerca de 4 mil pessoas por dia, por uma doença que já tem vacina. Hoje temos mais de 19% da população vacinada com a primeira dose, e estamos sem saber o quanto de doses teremos para nossa população no futuro, visto que por falta de toda má gestão já explicada, e falta de verba para investimento das vacinas feitas pela Butantan, a cada dia temos mais casos, mais óbitos e menos vacinas.
São em tempos como esses que somos lembrados porque o investimento na ciência é essencial, o que vemos hoje no Brasil são vacinas que evitam os casos graves, quanto mais o tempo passa sem vacina sendo prioridade, mas botamos em risco todos ao nosso redor. As variantes da covid já atingem gravemente os mais jovens, que são maioria nas UTI’s do Brasil, o nosso país está com o sistema de saúde colapsando e já perdemos milhares de pessoas, conhecidas e não conhecidas por essa doença tão avassaladora. A hora de começar a pensar no futuro do país é agora, enquanto possamos tomar as medidas de precaução e nos informar sobre o quão é importante cautela nesse momento, exigindo dos nossos superiores, tanto no trabalho quanto no Estado, que tomem as decisões certas para que consigamos passar por esse momento com um pouco mais de esperança.