Receio de pressão turística de Troia a Melides leva movimento a lançar petição pelas dunas

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Receio de pressão turística de Troia a Melides leva movimento a lançar petição pelas dunas

Foto: Diário do Sul

Por Roberto Dores
Redação «Diário do SUL»

Évora (Portugal)As contas são apresentadas pelo semanário Expresso: Se todos os projetos turístico-imobiliários que constam do Sistema de Informação Geográfica do Turismo viessem a ser licenciados, seriam construídas cerca de 43 mil camas turísticas entre Tróia e Melides, abrangendo uma área de apenas 50 quilómetros. Para tentar impedir que a pressão urbana avance, o Movimento Dunas Livres lançou uma carta aberta pela suspensão dos projetos e pela defesa de um dos últimos redutos do litoral ibérico selvagem.

O número de camas turísticas encontrado pelo Expresso teve em linha de conta a capacidade dos empreendimentos turísticos já existentes aos quais somou todos os futuros já aprovados pelo Turismo de Portugal para os concelhos de Grândola e de Alcácer do Sal.
Na lista constam megaempreendimentos com selo de Potencial Interesse Nacional (PIN), que estavam previstos para avançar antes de crise de 2008, pelo que foram adiados, além de vários outros projetos em solo rústico.

Ainda segundo o semanário, a intensidade turística máxima para o Litoral Alentejano deveria ser na proporção de uma cama turística por cada habitante residente, o que somaria cerca de 33 mil, mas este número será largamente ultrapassado se todos os projetos licenciados forem construídos entre Grândola e Alcácer do Sal

A petição pela “Preservação do Património Natural da Península de Tróia” somava ontem 1557 assinaturas, mas precisa de chegar às 7 mil antes de ser enviada para os governantes.
Sublinha a petição que a faixa costeira Tróia-Sines é uma das últimas e mais bem preservadas zonas do litoral ibérico, sendo apelidada de “tesouro natural único que até hoje escapou às pressões que se fazem sentir na orla costeira”.

No entanto, ressalva, “a classificação territorial não acompanha, nem salvaguarda, o seu Património Natural único. As urbanizações previstas para as denominadas Unidades Operativas de Planeamento (UNOP) 4, 7, e 8 ameaçam frontalmente, assumidamente e irreversivelmente um Património Natural insubstituível.”

O movimento quer as dunas livres da construção, defendendo antes o “investimento num futuro verdadeiramente valioso para as populações locais e vindouras, pelo respeito da participação dos cidadãos nas decisões estruturantes de Portugal”m acrescentando que “a defesa do património natural único e insubstituível da Península de Tróia é da responsabilidade de todos.”
O movimento requer que toda aquela área seja abrangida pela Reserva Natural do Estuário do Sado, “e obtenha assim o estatuto de conservação e a proteção que merece”, sublinhando que a salvaguarda de recursos hídricos saudáveis “vê-se posta em causa com o advento de quatro campos de golfe a uma região árida.”

Justifica que o aumento do número de urbanizações coloca pressão sobre o aquífero do Sado, “além de representar um dispêndio todo o ano para servir apenas alguns meses.”

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