Rio de Janeiro– O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na segunda-feira que Israel violou o direito internacional ao interceptar os 400 membros da Flotilha Sumud Global, incluindo 13 brasileiros, fora de suas águas territoriais.
Em sua conta na rede social, o presidente também afirmou que o Estado de Israel “continua cometendo violações ao detê-los em seu país”.
“Desde o início, ordenei ao nosso Ministério das Relações Exteriores que prestasse toda a assistência para garantir a segurança de nossos compatriotas e utilizasse todos os instrumentos diplomáticos e legais, perante o Estado de Israel, para que esta situação absurda termine o mais rápido possível e permita que os membros brasileiros da flotilha retornem ao nosso país em total segurança”, escreveu Lula.
Israel anunciou nesta segunda-feira a deportação de mais 171 ativistas da Flotilha Sumud Global, incluindo a ativista climática sueca Greta Thunberg, após a interceptação no mar do comboio que tentava entregar ajuda humanitária à Faixa de Gaza. Os 13 brasileiros detidos permanecem sob custódia israelense.
Entre os presos está a deputada federal Luizianne Lins, do Partido dos Trabalhadores (PT), que integrou a delegação como observadora internacional.
O Itamaraty enviará uma equipe diplomática à prisão de Ketziot, no deserto do Negev, onde estão detidos os brasileiros que integravam a flotilha humanitária.
A missão está sendo tratada como um gesto de apoio consular, dada a falta de planejamento para a libertação do grupo e as alegações de maus-tratos relatadas por advogados e familiares.
Os diplomatas brasileiros visitaram a prisão na sexta-feira, em uma missão que durou mais de oito horas. A nova reunião visa monitorar as condições de saúde e obter atualizações sobre o processo de deportação, que permanece indefinido.
Dos 13 brasileiros detidos, quatro iniciaram greve de fome: Thiago Ávila, Ariadne Telles, João Aguiar e Bruno Gilca, que alegam não ter acesso a medicamentos e cuidados médicos básicos.
Em nota, os organizadores da flotilha afirmam que os prisioneiros foram submetidos a interrogatórios prolongados, vendados e algemados. As autoridades israelenses negam as acusações e afirmam que “todos os detidos tiveram acesso a água, comida e advogados, e que seus direitos foram respeitados”.
A flotilha transportou aproximadamente 400 pessoas de diferentes nacionalidades em 41 barcos com destino a Gaza, levando alimentos e medicamentos para os civis palestinos afetados. Xinhua