por Roberto Dores
Redação «Diário do SUL»

Évora (Portugal) – Um total de 96 multas foram passadas pela GNR numa ação de combate ao campismo selvagem e autocaravanismo ilegal no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina só na última semana.

Fonte da Guarda avança que tanto o campismo selvagem como o autocaravanismo e estacionamento ilegal estavam a ocupar “locais não permitidos”, sendo as infrações cometidas, sobretudo, por cidadãos estrangeiros, numa altura em que se repetem os episódios do género ao longo da costa alentejana, apesar das sinaléticas de proibição.

O exemplo da última semana reforça a intenção dos autarcas da região em apertar o torniquete ao autocaravanismo ilegal no Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina, onde se inscreve o Município de Odemira, considerando estar mesmo em causa um dos desafios prioritários ao nível da preservação ambiental.

De resto, esta ideia já foi transmitida ao secretário de Estado da Conservação da Natureza, das Florestas e do Ordenamento do Território, João Paulo Catarino, bem como ao secretário de Estado da Descentralização e Administração Local, Jorge Botelho, e ao presidente do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, Castelão Rodrigues durante uma reunião, onde os autarcas dos concelhos abrangidos pelo parque natural sublinharam “a enorme pressão” que esta zona do litoral tem sofrido.

Os responsáveis abordaram ações conjuntas que vão passar a ser desenvolvidas para combater o autocaravanismo e campismo selvagem, admitindo ser fundamental para a salvaguarda deste território, onde as autoridades já somam centenas de infrações pela prática de campismo e caravanismo em situação ilegal ou irregular, puníveis com multa até quatro mil euros.

Fonte da GNR assume que a presença humana excessiva nestas áreas coloca em causa a beleza natural das paisagens bem como o habitat de espécies de fauna e flora, enquanto os autarcas lamentam que apesar das regras e sensibilização, a situação só piora por toda a costa.

De Sines a Sagres multiplicam-se as “casas com rodas poluentes”, dizem, e que criam uma espécie de barreira de lata à beira-mar, dando abrigo as dezenas pessoas dias a fio, que por aqui fazem as suas necessidades fisiológicas, perante a revolta da Associação de Freguesias do Parque Natural.

Esta estrutura integra as freguesias dos concelhos de Sines, Odemira, Aljezur e Vila do Bispo, que também já aprovaram uma tomada de posição contra o autocaravanismo sem regras, exigindo às autoridades a devida fiscalização que este ano teve tradução no terreno.

No encontro com os governantes os autarcas aproveitaram ainda para destacar que “as várias atividades económicas, como o turismo, agricultura, pesca, entre outras, começam a colocar em causa algum do equilíbrio que é defendido e necessário”, para que esta região “continue a ser uma das paragens mais preservadas do país e da Europa”, alertando para a importância de tentar manter o equilíbrio e a necessidade de valorização das atividades tradicionais.