

Em outubro 2023, o Japão lançou novamente o seu controverso plano de despejar a água radioativa purificada, resultado do acidente nuclear em Fukushima, no oceano Pacífico. A decisão tem provocado protestos por parte dos países vizinhos, ativistas e cientistas. A Tokyo Electric Power (TEPCO), operadora da central nuclear de Fukushima-Daiichi, foi a responsável por realizar o processo de purificação da água radioativa, dizendo ter eliminado os elementos mais nocivos aos organismos, exceto o Trítio.
Ela foi também a empresa que estabeleceu o plano de despejo que recebeu o aval da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), vinculada à Organização das Nações Unidas (ONU). Apesar da presença da AIEA, muitos especialistas continuam reticentes sobre a dose aumentada do Trítio após a água radioativa ser despejada no oceano, assim como há dúvidas se os demais elementos foram realmente eliminados, já que, segundo fontes entrevistadas e pesquisadas pela Intertelas, todo o processo não teve a transparência necessária para deixar todas as partes, que foram impactadas pela decisão japonesa, tranquilas.
Conforme o especialista, pesquisador e professor associado do Departamento de Oceanografia Física, Química e Geológica do Instituto Oceanográfico (IO) da Universidade de São Paulo (USP), Rubens Cesar Lopes Figueira, o maior problema do Trítio, que é um isótopo de hidrogênio, não é a sua ingestão e sim a dose. De acordo com ele, este tem uma meia vida biológica pequena, mas é difícil de ser eliminado e terá a sua dose aumentada, quando o material for jogado ao mar.
“Porém, os japoneses trabalharam com a noção de diluição do Trítio no Pacífico, já que o tamanho do oceano ajudaria no processo eliminação. Eles ainda disseram que eliminaram, com o processo de purificação da água, os outros isótopos mais nocivos ao organismo humano, como o Césio -137 e o Plutônio -239. Ao levar em conta o contexto do Japão, não sei se existiriam outras saídas para o país. Se existissem, de repente, seriam caras demais, e o aval da Agência Internacional de Energia Atômica da ONU consolidou ainda mais esta decisão deles. Contudo, a maior preocupação dos países vizinhos é: os mesmos responsáveis por Fukushima, são os mesmos que estão fazendo os relatórios de fiscalização e que estão liberando este material no oceano”, explicou o especialista.
Figueira ainda acrescentou que para além da dose aumentada do Trítio, existe a dúvida quanto aos reais níveis dos demais elementos que estão sendo despejados no mar. “O correto seria ter uma fiscalização independente, com a participação de equipes dos países vizinhos, para que qualquer dúvida fosse desfeita. Uma boa ação seria um fórum para discutir esse tipo de liberação, porque, de qualquer maneira, trata-se de uma dose dada aos organismos que vão ser consumidos. Aquela é uma região que é fronteiriça com outros países, como a China, a Coreia e outros. A grande dúvida é se essa água está, realmente, totalmente limpa. Por isso, eu recomendaria constante monitoramento para todos que compartilham aquela área”, disse.
O professor ainda esclareceu que a falta de transparência é um dos maiores problemas relacionado à radioatividade. “A partir do momento em que eu não permito que outros façam esta fiscalização, isso pode ser um indicativo de que há um problema. Por que não chamam os países vizinhos para acompanhar todo o processo de purificação e liberação deste material radioativo? Quando há uma contaminação, é reponsabilidade de todos, no mundo, informar claramente e deixar que outros façam as análises também. Agora, se eu sou produtor, seja da indústria química que for, eu mesmo faço as análises do material, e eu mesmo libero, quero apenas tornar o processo mais fácil para mim. Aos demais grupos sociais e países resta apenas esperar que o meu relatório seja confiável e monitorar a situação. E junto a isso, podemos pensar no lobby das empresas de energia nuclear. Portanto, a preocupação da China, assim como de outros países é justificável”, concluiu.
(251101) -- BEIJING, Nov. 1, 2025 (Xinhua) -- This image captured at Beijing Aerospace Control Center on Nov. 1, 2025 shows the crew of Shenzhou-20 and Shenzhou-21 spaceships talking with each other. The three astronauts aboard China's Shenzhou-21 spaceship have entered the country's space station and met with another astronaut trio early Saturday morning, starting a new round of in-orbit crew handover. The Shenzhou-20 crew opened the hatch at 4:58 a.m. (Beijing Time) and greeted the new arrivals, according to the China Manned Space Agency (CMSA). The six crew members then took group pictures for the seventh space get-together in China's aerospace history. They will live and work together for about five days to complete planned tasks and handover work, the CMSA said. (Xinhua/Jin Liwang)
(251031) -- BEIJING, Oct. 31, 2025 (Xinhua) -- This photo taken on Oct. 30, 2025 shows Boying T1400 Tandem Rotor Unmanned Helicopter of United Aircraft in flight in Harbin, northeast China's Heilongjiang Province. The helicopter successfully completed its maiden flight here on Thursday. It has a maximum takeoff weight of 1,400 kilograms, an endurance of up to eight hours, a service ceiling of 6,500 meters, and a maximum horizontal flight speed of 180 kilometers per hour. Featuring a twin-engine design and high-strength composite structure, the T1400 offers a large payload capacity and spacious layout. With its intelligent operation capabilities, it shows broad application potential in agricultural protection, logistics transportation, and forest fire prevention. (Photo by Liu Yang/Xinhua)
(251103) -- WENCHANG, Nov. 3, 2025 (Xinhua) -- A modified Long March-7 carrier rocket carrying the Yaogan-46 satellite blasts off from the Wenchang Spacecraft Launch Site in south China's Hainan Province, Nov. 3, 2025. The satellite was launched at 11:47 a.m. (Beijing Time) and has entered the preset orbit successfully. (Xinhua/Guo Cheng)