CPI DA COVID: Retomada de depoimento do ex-ministro Pazuello

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A falta de vacinas no Brasil durante a pandemia da Covid-19

CPI DA COVID: Retomada de depoimento do ex-ministro Pazuello

Foto: Edilson Rodrigues

A CPI, Comissão Parlamentar de Inquérito retomou nesta quinta (20) a segunda parte do depoimento do general Eduardo Pazuello, ex-ministro da Saúde que foi interrompido no dia anterior por ele ter se sentido mal e sido atendido por Otto Alencar, médico de formação da CPI, ele afirmou que Pazuello estava pálido e suando e então o mesmo deitou em um sofá e ergueu os pés para cima tentando melhorar, porém o general contraria o médico afirmando que não houve isso, o irritando ainda mais.

Um dos primeiros assuntos tratado no depoimento foi a falta do oxigênio em Manaus (AM), o ex-ministro afirmou não ter ficado a par da situação logo de início afirmando que só ficou sabendo da falta do oxigênio no dia 10 de janeiro, sendo que segundo a acareação de Eduardo Braga, a notícia de que faltava estava em jornais no dia 6 de janeiro e que todos que estão lidando com a saúde deveria saber.

Além de negar que estava ciente da escassez de oxigênio, o general afirma que em sua opinião, a White Martins e a Secretaria de Saúde do Estado são responsáveis pela falta do mesmo em Manaus. Segundo a nota da Secretaria de Saúde do Amazonas, só foi informado pela White Martins as dificuldades na demanda apenas no dia 7 de janeiro e que no mesmo dia obtiveram contato com o Pazuello para solicitar ajuda.

Pazuello foi questionado também, sobre uma nota informativa em que orientava prescrições sobre doses da cloroquina para serem utilizadas tanto em casos leves como em quadros mais graves de covid, porém o mesmo negou sua recomendação do uso do remédio, mas orientava apenas doses seguras se os médicos prescrevessem.

Logo em seguida o ex-ministro ao ser questionado sobre decisões do ministério, disse que não seguiram todas as recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS), pois não havia obrigações por não serem contínuas as posições da organização por causa das oscilações da pandemia.

Tanto no primeiro como no segundo dia de depoimento, Pazuello foi acareado sobre a rejeição do acordo de 70 milhões de doses da Pfizer no mês de agosto. Carlos Murillo havia afirmado que as primeiras propostas foram ignoradas pelo governo durante dois meses.

Pazuello então afirmou que 5 cláusulas da proposta foram apavorantes, ele declarou que a Pfizer exigia a isenção da responsabilidade dos efeitos colaterais, transferência do fórum de decisões sobre questões judiciais para Nova Iorque, pagamento adiantado e anulação de multa por atraso da entrega das vacinas.

“Talvez hoje possamos ouvir com um grau de normalidade. Mas a primeira vez que eu ouvi isso achei assustador”, disse Pazuello. “Além disso, a Pfizer trouxe a dez dólares a dose, e nós estávamos negociando a três dólares. Além das discussões logísticas sobre armazenamento.”

Ao fim do depoimento, o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), apresentou uma frase analisando a personalidade de Adolf Eichman, um dos organizadores do holocausto que foi julgado e condenado a morte em 1962. Esta citação acabou gerando tumulto e senadores reprovaram esse tipo de pronunciação. “Comparar o general que tem origem judaica com um oficial nazista não foi elegante”, disse Marcos Rogério (DEM-RO). Logo em seguida o senador Alessandro disse que não citou a origem do ex-ministro, mas que falou do procedimento burocrático do general.

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