Guangzhou – Uma equipe chinesa desenvolveu, pela primeira vez no mundo, rins embrionários a partir de células-tronco humanas dentro de embriões suínos.
Este avanço, que traz órgãos humanos crescidos em suínos mais próximos da realidade, abrirá um caminho fascinante para transplantes renais e uma nova janela para estudar o desenvolvimento renal humano, de acordo com um estudo publicado nesta quinta-feira na revista Cell Stem Cell.
Os cientistas dos Institutos de Biomedicina e Saúde de Guangzhou, subordinados à Academia Chinesa de Ciências, usaram uma ferramenta de edição genética para projetar certos genes em células-tronco pluripotentes induzidas por humanos (IPSCs, em inglês) para fortalecer sua capacidade de se firmar e formar rins em embriões suínos que são geneticamente modificados para não ter a capacidade de desenvolver um rim.
IPSCs são um tipo de células-tronco derivadas de células adultas da pele ou do sangue e reprogramadas de volta a um estado embrionário que permite o desenvolvimento de qualquer tipo de célula humana necessária para fins terapêuticos.
O estudo revelou que os pesquisadores finalmente colheram cinco embriões com estruturas renais quiméricas de estágio intermediário suíno-humano organizadas dentro de 28 dias e essas células de doadores humanos puderam se diferenciar em células funcionais.
A proporção de células humanas nos rins quiméricos atingiu até 70%, e a proporção da contribuição das células humanas na formação dos túbulos mesonéfricos atingiu um máximo de 58%, segundo o artigo.
A gestação foi interrompida dentro de 3 a 4 semanas de acordo com as normas éticas vigentes.
Este estudo demonstra a prova de princípio da possibilidade de geração de um órgão primordial humanizado em suínos, oferecendo uma alternativa potencial atraente para ajudar a superar a escassez de órgãos humanos para transplante.
Os resultados descrevem “passos pioneiros numa nova abordagem à bioengenharia de órgãos, utilizando suínos como incubadores para o cultivo e a criação de órgãos humanos”, disse Dusko Ilic, revisor do Colégio do Rei de Londres.
“No futuro, uma versão otimizada desta tecnologia poderá resolver a atual escassez de doadores compatíveis para transplante renal”, disse Darius Widera, professor da Universidade de Reading.
1. Jornalistas leem cópias do livro branco intitulado "Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era", divulgado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado durante uma coletiva de imprensa em Beijing, capital da China, em 19 de setembro de 2025. (Xinhua/Li Xin)