China e UE devem fortalecer parceria para promover estabilidade global, diz especialista português

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China e UE devem fortalecer parceria para promover estabilidade global, diz especialista português

(250725) -- MANZHOULI, July 25, 2025 (Xinhua) -- This photo taken on July 24, 2025 shows a freight train loaded with goods arriving at the railway station in Manzhouli, north China's Inner Mongolia Autonomous Region. The Manzhouli railway port, China's largest land port, has handled 30,000 China-Europe freight train trips and nearly 3 million TEUs (twenty-foot equivalent units) of goods since 2013. (Photo by Huang Xu/Xinhua)

Lisboa – À medida que o mundo se afasta de uma hegemonia unipolar, reforçar a confiança mútua entre a China e a União Europeia (UE) tem uma importância prática para a estabilidade global, afirmou recentemente, em uma entrevista à Xinhua, Rui Lourido, presidente do think tank Observatório da China, sediado em Portugal.

“Nos 50 anos desde o estabelecimento de relações diplomáticas entre a China e a UE, ambos os lados têm contribuído de maneira consistente para a estabilidade global de forma responsável, mesmo diante de circunstâncias internacionais complexas”, disse Lourido.

A China e a Comunidade Econômica Europeia — precursora da atual União Europeia — estabeleceram relações diplomáticas em 1975. Hoje, juntas, representam mais de um terço do PIB mundial e mais de um quarto do comércio global.

Ele apelou para que a China e a UE reforcem sua parceria estratégica abrangente com maior coragem e sabedoria, ampliando a cooperação mutuamente benéfica.

Lourido criticou alguns governos de Estados-membros da UE por “submeterem-se, sem questionamento, à retórica antichinesa e às campanhas de pressão de sucessivas administrações norte-americanas”, que, segundo ele, visam dificultar o desenvolvimento da China por meio de sanções unilaterais que violam as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).

Ele argumentou que designar a China como um “rival sistêmico” frequentemente ignora os interesses mais amplos dos cidadãos e empresas europeias.

“O que é encorajador é que, diante das pressões tarifárias dos EUA sobre a UE, começa a surgir uma mudança entre as lideranças europeias”, afirmou Lourido, observando que líderes do continente têm buscado, cada vez mais, aprofundar os laços econômicos com a China como forma de contrabalançar as tensões comerciais com os Estados Unidos.

Embora a China e a UE tenham sistemas políticos e culturas diferentes, “não existem interesses irreconciliáveis entre eles”, destacou o especialista, frisando que, ao longo das décadas, ambos os lados conseguiram gerir suas diferenças por meio do diálogo e do respeito mútuo, preservando a parceria como um todo.

Segundo Lourido, aprofundar a parceria estratégica abrangente entre a China e a UE não apenas atende aos interesses de seus povos, como também contribui para a estabilidade global.

“O fortalecimento da parceria estratégica abrangente entre a China e a UE não é apenas a continuidade de cinco décadas de cooperação, mas também uma contribuição positiva para a estabilidade de uma futura ordem mundial multipolar”, disse ele.

O especialista ressaltou que as empresas chinesas avançaram rapidamente em áreas como tecnologias de motores elétricos e baterias, desenvolvimento de energia verde e reflorestamento sustentável, oferecendo lições valiosas para outros países.

Maior cooperação tecnológica e investimentos conjuntos entre a UE e a China ajudariam ambos os lados a atingir suas metas ambientais, acrescentou Lourido, salientando que as duas partes devem continuar promovendo o aprendizado mútuo entre civilizações e aprofundar ainda mais os laços econômicos e culturais para ampliar a compreensão recíproca.

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