Adis Abeba – O ministro das Relações Exteriores da China, Qin Gang, refutou nesta quarta-feira a alegação infundada de que a China está criando uma “armadilha da dívida” na África, dizendo que a chamada “armadilha da dívida” é uma armadilha narrativa imposta à China e à África.
Qin fez as observações em uma coletiva de imprensa conjunta com o presidente da Comissão da União Africana (UA), Moussa Faki Mahamat.
Nos últimos anos, os países africanos têm trabalhado ativamente para promover o desenvolvimento econômico e social, mas a falta de fundos tornou-se um grande estrangulamento para a prosperidade e revitalização da África, disse Qin, sublinhando que a forma na qual o financiamento do desenvolvimento e o crescimento da dívida possam ser equilibrados é uma questão que todos os países devem enfrentar de frente no curso da busca de desenvolvimento.
Como bons irmãos que compartilham o bem e a aflição, a China e a África avançaram lado a lado no caminho de desenvolvimento comum, ressaltou Qin.
Observando que a China sempre esteve comprometida em ajudar a África a aliviar seu fardo da dívida, Qin disse que seu país é um participante ativo da Iniciativa de Suspensão do Serviço da Dívida do Grupo dos 20 (G20). Ele também disse que a China assinou acordos ou chegou a consensos com 19 países africanos sobre o alívio da dívida e suspendeu a maioria dos pagamentos do serviço da dívida entre os membros do G20.
A China também tem estado ativamente envolvida no tratamento de dívida caso a caso para o Chade, a Etiópia e a Zâmbia sob o Quadro Comum do G20, acrescentou.
O presidente chinês, Xi Jinping, disse na cerimônia de abertura da Oitava Conferência Ministerial do Fórum de Cooperação China-África, em novembro de 2021, que a China estava pronta para canalizar aos países africanos US$ 10 bilhões de sua participação na nova alocação de Direitos Especiais de Saque do FMI (Fundo Monetário Internacional), e este trabalho avançou em etapas, lembrou Qin.
Qin citou dados do Banco Mundial dizendo que as instituições financeiras multilaterais e os credores comerciais detêm quase três quartos da dívida externa total da África, acrescentando que eles poderiam e deveriam tomar medidas mais robustas para aliviar o fardo da dívida dos países africanos. “A China apela a todas as partes envolvidas para que contribuam para aliviar o peso da dívida da África, de acordo com o princípio de ações comuns e compartilhamento justo dos encargos.”
Enfatizando que o problema da dívida da África é essencialmente uma questão de desenvolvimento, Qin disse que a solução para o problema requer abordar não apenas os sintomas, mas também as causas profundas por meio do tratamento da dívida, de modo a aumentar a capacidade de desenvolvimento independente e sustentável da África.
Ele disse que a cooperação financeira da China com a África está principalmente em áreas como construção de infraestrutura e capacidade de produção, com o objetivo de aumentar a capacidade da África para o desenvolvimento independente e sustentável.
Qin enfatizou que a chamada “armadilha da dívida” é uma armadilha narrativa imposta à China e à África, acrescentando que apenas o povo africano está na melhor posição para dizer se os projetos cooperativos China-África contribuem para o desenvolvimento do continente e a melhoria da vida da população.
A China continuará a respeitar a vontade do povo africano e a trazer benefícios tangíveis para ele através da cooperação China-África com base na situação real da África, de modo a alcançar um melhor desenvolvimento comum, disse Qin.
1. Jornalistas leem cópias do livro branco intitulado "Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era", divulgado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado durante uma coletiva de imprensa em Beijing, capital da China, em 19 de setembro de 2025. (Xinhua/Li Xin)