Brasil instala sua primeira torre no coração da Amazônia para monitorar emissões de gases de efeito estufa

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Brasil instala sua primeira torre no coração da Amazônia para monitorar emissões de gases de efeito estufa

O governo federal instalou no coração da selva amazônica a primeira torre específica para monitorar a emissão de gases de efeito estufa na região, especialmente o metano, um gás chave relacionado ao aquecimento global, informaram fontes oficiais nesta terça-feira.

Segundo o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações, a torre metálica tem 48 metros de altura, sobressai acima da copa das árvores da Reserva Mamirauá e se destaca na paisagem amazônica. Será administrado pelo Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá (IDSM).

“O objetivo da torre é entender o balanço de carbono e a dinâmica dos gases de efeito estufa nas florestas de várzea da Amazônia. Esta é a primeira torre desse tipo de floresta, que é inundada ao longo de grandes rios de águas brancas, como o Solimões , o Amazonas e outros grandes rios amazônicos”, explica Ayan Fleischmann, pesquisador principal do Instituto Mamirauá e um dos coordenadores do projeto.

“Nossa maior contribuição é começar a preencher uma enorme lacuna no conhecimento sobre as emissões de gases de efeito estufa, especialmente metano, nesses ambientes inundados da Amazônia”, disse Fleischmann.

O local onde a torre foi instalada fica inundado durante metade do ano, com níveis de água que podem ultrapassar os quatro metros em anos de enchentes intensas.

O projeto da Torre de Fluxo Mamirauá foi planejado há mais de um ano, envolvendo etapas como aquisição de equipamentos, projeto de construção, seleção do local e aprovação junto às comunidades associadas.

“A construção começou em agosto. Devido à seca extrema, tivemos que parar as obras porque o acesso era impossível. Entre novembro e dezembro, concluímos a etapa final. Na segunda quinzena de dezembro começou a funcionar”, disse o pesquisador.

A Torre de Fluxo Mamirauá faz parte de uma rede global que fornece dados essenciais e inéditos sobre diversos ecossistemas, incluindo agora as florestas da Amazônia.

Será integrado à rede FLUXNET-CH4, banco de dados internacional de torres de fluxo em diferentes ecossistemas, e ao programa LBA (Programa de Grande Escala Biosfera-Atmosfera na Amazônia), coordenado pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), que há 25 anos estuda a dinâmica ambiental da floresta amazônica e seu papel na regulação climática regional e global.

“Embora existam atualmente mais de 20 torres de fluxo em operação na Amazônia, esta é a primeira instalada em florestas de várzea”, destacou Fleischmann.

Ele também compromete outras estruturas como a Torre ATTO. “É muito mais alto. Nossa torre mede 48 metros. A Torre ATTO ultrapassa os 300 metros. Tem também as torres AmazonFACE, que é outro projeto focado na fertilização de carbono.”

O projeto reúne pesquisadores do Instituto Mamirauá, da Universidade Stanford e da Universidade Federal de Santa Maria, criando uma colaboração para preencher lacunas de conhecimento sobre o tema.

A construção foi financiada pela Fundação Gordon & Betty Moore, que trouxe estrutura e equipamentos avançados para medir metano, dióxido de carbono e vapor d’água, além de diversas variáveis ​​hidrometeorológicas.

O projeto tem um foco forte na participação comunitária. Segundo Fleischmann, as comunidades locais estiveram envolvidas desde o início da construção e continuarão participando por meio de programas de educação ambiental e interação com escolas próximas.

“Esse é um diferencial importante. Desde o início procuramos envolver as comunidades locais, não apenas na construção. Queremos manter essa relação por meio da educação ambiental e da interação com a escola”, afirmou Fleischmann.

Um plano de trabalho está sendo desenvolvido em conjunto com a escola comunitária São Raimundo do Jarauá, a mais próxima da torre, para envolver os alunos nos próximos anos.

“Queremos levar os alunos à torre para estudar temas como clima, hidrologia, florestas e mudanças climáticas. Desta forma esperamos inspirar a próxima geração de cientistas ribeirinhos”, concluiu o pesquisador Fleischmann. Xinhua

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