O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) decidiu nesta quarta-feira interromper o ciclo de elevação da taxa básica de juros (Selic), que permanecia em 15% ao ano. O Copom havia elevado a Selic em sete reuniões consecutivas para conter as pressões inflacionárias.
Ao anunciar a decisão, o Copom enfatizou que o ambiente externo exige cautela, especialmente dos países emergentes, dada a tensão geopolítica.
“O Comitê tem acompanhado com especial atenção os anúncios sobre a imposição de tarifas comerciais pelos EUA ao Brasil, reforçando sua postura cautelosa em um cenário de maior incerteza. Além disso, continua monitorando como os desdobramentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros”, diz o comunicado divulgado pelo BC.
Em outro trecho do comunicado, o Copom menciona que “o ambiente externo está mais adverso e incerto, com base na atual conjuntura econômica e política dos Estados Unidos, principalmente em relação às suas políticas comercial e fiscal e seus respectivos efeitos”.
O Comitê reafirmou que, apesar da atividade econômica apresentar crescimento mais moderado, o mercado de trabalho permanece ativo.
Citando o cenário causado pelos Estados Unidos e pelas questões internas do país, o Copom afirmou que, para trazer a inflação para a meta, “é necessária uma política monetária em um nível significativamente contracionista por um período bastante prolongado”.
De acordo com o comunicado, o atual patamar da taxa de juros deve permanecer nas próximas reuniões.
“Se o cenário esperado se confirmar, o Comitê antecipa uma interrupção contínua do ciclo de alta de juros para examinar os impactos cumulativos do ajuste já realizado”, observou.
A taxa Selic está em seu maior nível em quase 20 anos. A decisão de quarta-feira foi unânime e era esperada pelo mercado financeiro.