Rio de Janeiro – O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central do Brasil decidiu por unanimidade nesta quarta-feira elevar a taxa Selic em 0,25 ponto percentual, de 14,75% para 15% ao ano, no sétimo aumento consecutivo e maior patamar da taxa desde julho de 2016, quando chegou a 15,25% ao ano.
Segundo o Copom, o ambiente externo mantém-se adverso e particularmente incerto. Além disso, o comportamento e a volatilidade de diferentes classes de ativos também têm sido afetados, com reflexos nas condições financeiras globais. Tal cenário segue exigindo cautela por parte de países emergentes em ambiente de acirramento da tensão geopolítica.
O Copom indicou que este deve ser o último aumento da Selic, antes de uma pausa para analisar os efeitos do ajuste monetário.
“O Comitê prevê uma interrupção no ciclo de alta de juros para examinar os impactos acumulados do ajuste já realizado, ainda não observados, e então avaliar se o patamar atual da taxa de juros, considerando sua manutenção por um período suficientemente longo, é suficiente para garantir a convergência da inflação para a meta”, afirmou.
“O Comitê enfatiza que seguirá vigilante, que os passos futuros da política monetária poderão ser ajustados e que não hesitará em prosseguir no ciclo de ajuste caso julgue apropriado”, acrescentou o comunicado.
“O Copom continua monitorando de perto como os desdobramentos da política fiscal impactam a política monetária e os ativos financeiros. O cenário continua marcado por expectativas desacopladas, projeções de inflação elevadas, resiliência da atividade econômica e pressões no mercado de trabalho”, observou o Copom.
“Para garantir a convergência da inflação para a meta em um ambiente de expectativas desacopladas, a política monetária permanece em um patamar significativamente contracionista por um período bastante prolongado”, informou.
De acordo com a última pesquisa Focus com instituições financeiras, a expectativa de inflação para este ano é de 5,25% e para 2026, de 4,50%.
A projeção de inflação para este ano ainda está distante do teto da meta oficial, que é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual. Xinhua