Beijing — Uma análise das rochas lunares levadas à Terra pela missão Chang’e-5 da China sugere que as amostras constituem um novo tipo de basalto lunar, diferente daqueles coletados durante as anteriores missões Apollo e Luna.
Pesquisadores dos Observatórios Astronômicos Nacionais da Academia Chinesa de Ciências (NAOC, na sigla em inglês) analisaram partículas de rocha de 10 a 500 microns (um quarto da espessura de um cartão de crédito) em tamanho, e descobriram que suas características eram principalmente as do basalto. Mas, ao contrário do basalto rico em magnésio e ferro encontrado na Terra, o basalto lunar é baixo em magnésio e alto em óxido de ferro.
Os resultados foram publicados na edição desta terça-feira da revista Nature.
“Isto poderia representar uma nova classe de basalto”, disse Li Chunlai, o autor principal do artigo e pesquisador dos NAOC, acrescentando que o basalto recentemente identificado é diferente das amostras coletadas durante missões lunares anteriores, o que poderia levar a uma melhor compreensão das atividades vulcânicas lunares.
As amostras lunares das missões Apollo e Luna realizadas há décadas pelos Estados Unidos e a antiga União Soviética forneceram uma visão da história e da evolução da Lua, mas seus locais de amostragem estão localizados em uma região de baixa latitude que não pode representar as características mais difundidas da superfície lunar, assinalou Li.
A missão Chang’e-5 da China, no entanto, ajudará a corrigir a falta de áreas de amostragem diversificadas, uma vez que – pela primeira vez na história – tomou o solo lunar da região de latitude média da lua, uma região escura e plana apelidada de “Oceano das Tempestades”. Os cientistas acreditam que é muito provável que tenha preservado evidências da mais antiga atividade vulcânica lunar.
“Estas amostras abrirão uma janela épica para o estudo da ciência lunar”, disse Li, que também enfatizou que o novo estudo fornecerá informações básicas para pesquisas científicas posteriores.
A sonda Chang’e-5 retornou à Terra em 17 de dezembro de 2020 depois de ter recuperado 1.731 gramas de amostras lunares, principalmente de rochas e do solo da superfície lunar. A Administração Nacional do Espaço da China entregou aproximadamente 17 gramas de amostras a 13 instituições, que apresentaram solicitações para programas de pesquisa.
1. Jornalistas leem cópias do livro branco intitulado "Conquistas da China no Desenvolvimento Integral das Mulheres na Nova Era", divulgado pelo Departamento de Comunicação do Conselho de Estado durante uma coletiva de imprensa em Beijing, capital da China, em 19 de setembro de 2025. (Xinhua/Li Xin)