É recorrente ouvir histórias sobre mulheres que sofreram abuso durante seu relacionamento, sejam eles abusos físicos ou psicológicos e, na maioria das vezes, a tendência é aceitar que seja parte do cotidiano ouvir os índices cada vez mais alto de feminicídio que ocorre dessas violências.
Não é à toa que leis foram criadas para ajudar na proteção e segurança da mulher dentro do âmbito familiar e trabalhista, como a Lei nº 11.340/2006 também conhecida como Lei Maria da Penha. Segundo os dados recolhidos pela Agência Patrícia Galvão, uma mulher é violentada sexualmente a cada oito minutos, sendo que 84% dos crimes cometidos, as agressores são familiares próximos da vítima.
Com a crise mundial, a necessidade de seguir as regras sanitárias e lockdowns que se seguiram durante o processo de controle da Covid-19 e permanecer em casa precisou ser, mais do que nunca, essencial para preservação da vida mas, com isso, as tensões e brigas entre casais também tiveram altas significativas e os casos de feminicídio novamente entraram em destaque.
Pelo menos uma em quatro mulheres acima de dezesseis anos afirmam ter sofrido algum tipo de violência doméstica neste período de pandemia de acordo com os dados recolhidos pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública – FBSP que foi encomendado pelo Instituto Datafolha em um projeto chamado Visível Invisível. Esse número correlaciona que pelo menos 24,4% estão dentro das estatísticas de violência sexual, psicológica ou física durante o último ano.
Foi então que surgiram na internet algumas ideias criativas para ajudar essas pessoas na denúncia de forma anônima e segura. Um X marcado de batom vermelho na palma da mão já era o suficiente para que quem visse ligasse imediatamente para a polícia e entregasse o agressor, outra movimentação era abrir a palma da mão com o polegar voltado para dentro, nomes de bebidas entre tantos outros que ficaram famosos e ajudaram inúmeras moças quem conseguisse identificar, denunciava e ligava para a polícia. Teve casos também de ligações fingindo ser para lanchonetes como o caso mais recente onde a jovem ligou para o 190 e fingiu estar ligando para uma casa de açaí e informou a polícia que entendeu a situação de imediato que estava com medo de ser morta. A viatura chegou no local em 5 minutos, mas como não houve agressão, a vítima não registrou queixa.
Com o acesso que se tem hoje a informação e divulgação é possivel ajudar esses números a diminuírem, oferecer apoio psicológico e policial a vítima e fazer com que esses índices não mais representem a realidade da mulher no Brasil.
Ana Carolina Pavan