

Beijing – O presidente dos EUA, Donald Trump, e o presidente russo, Vladimir Putin, se reunirão em 15 de agosto no Alasca para discutir um possível cessar-fogo na Ucrânia, marcando as primeiras conversas entre os líderes dos dois países desde 2021.
Durante a campanha eleitoral de 2023 e 2024, Trump fez repetidas declarações de que encerraria a crise na Ucrânia em até 24 horas após a vitória presidencial. A cúpula, o mais recente esforço de Trump pela paz na região, foi anunciada pela Casa Branca como um esforço de alto risco para encerrar a crise na Ucrânia.
Mas as perspectivas de um avanço parecem incertas, com os dois líderes abordando as negociações a partir de posições muito diferentes e vários dos aliados dos Estados Unidos alertando que qualquer acordo firmado sem a participação de Kiev carecerá de legitimidade.
Os planos para o encontro presencial entre os dois líderes surgiram após a reunião de trabalho de três horas de Putin com o enviado especial de Trump, Steve Witkoff, durante a visita dele a Moscou na quarta-feira.
Putin ofereceu esta semana ao governo Trump uma ampla proposta de cessar-fogo que exige concessões territoriais significativas de Kiev e busca a aceitação internacional das reivindicações da Rússia em troca do fim dos combates, informou o jornal americano The Wall Street Journal, citando autoridades europeias e ucranianas.

O presidente russo, Vladimir Putin, participa de coletiva de imprensa no Kremlin em Moscou, Rússia, em 11 de maio de 2025. (Xinhua/Liu Kai)
Trump disse na sexta-feira que pretendia garantir um cessar-fogo, sugerindo inclusive que a “troca de territórios” poderia fazer parte do acordo. Embora não tenha especificado o que isso implicaria, a frase atraiu resistência imediata da Ucrânia e de seus aliados.
A Ucrânia afirmou repetidamente que não aceitará nenhum acordo que ceda seu território. O presidente Volodymyr Zelensky criticou no sábado as negociações do Alasca por excluírem seu governo e alertou que uma paz duradoura não pode ser alcançada sem a Ucrânia nas reuniões.
“Qualquer decisão tomada contra nós, qualquer decisão tomada sem a Ucrânia, será uma decisão contra a paz”, disse Zelensky em um discurso em vídeo. “Eles não trarão nada. São decisões mortas, nunca funcionarão”.
As capitais europeias reagiram rapidamente à sugestão de Trump de uma troca de terras. Líderes da Comissão Europeia, França, Itália, Reino Unido, Alemanha, Polônia e Finlândia emitiram uma declaração conjunta no sábado, afirmando que as fronteiras da Ucrânia, conforme reconhecidas internacionalmente, não podem ser alteradas pela força. A declaração ressaltou que a Ucrânia deve estar diretamente envolvida em quaisquer negociações relativas à sua soberania.
A última rodada de negociações entre Rússia e Ucrânia, realizada em Istambul em 23 de julho, foi concluída sem avanços rumo a um cessar-fogo, mas com um acordo sobre outra troca de prisioneiros, incluindo civis detidos.
Rússia e Ucrânia permanecem muito distantes uma da outra, enquanto trocas de ataques com drones e mísseis continuam causando pesadas baixas e danos à infraestrutura.
Analistas afirmam que, mesmo que Trump e Putin concordem com princípios gerais, alcançar um cessar-fogo viável estará longe de ser simples, já que a Rússia controla um território significativo, incluindo áreas que fortificou bastante no último ano, enquanto a Ucrânia continua comprometida em recuperar suas terras.
A interrupção dos combates exigirá um acordo sobre a retirada de tropas, garantias de segurança e o futuro status das regiões em disputa, questões que desafiam a resolução desde o início do conflito em 2022. Sem mecanismos claros de execução, alertam especialistas, qualquer trégua pode se desfazer rapidamente.
Se a cúpula do Alasca levará a crise na Ucrânia a uma resolução ou consolidará um impasse frágil dependerá da capacidade dos líderes de superar as fortes divisões. Com posições firmes e a falta de confiança, um cessar-fogo, se chegar a acontecer, não será fácil.
(230302) -- PARIS, March 2, 2023 (Xinhua) -- A limited edition of ZIMOMO designed for the country of France is seen at the official store of Pop Mart in Paris, France, March 1, 2023. Chinese toy seller Pop Mart opened on Sunday its first official store of Europe at Forum des Halles in Paris. (Xinhua/Gao Jing)